segunda-feira, 1 de junho de 2009

Mensagem pelo Dia da Beatificação de Scalabrini


Aniversário do seu nascimento ao céu- (1905 - 1º junho - 2009)

Queridos missionários e queridas missionárias da família Scalabriniana, enquanto tomavam corpo as migraçőes de massa do século XIX, o Espírito Santo suscitava no coraçăo do Bem Aventurado Joăo Batista Scalabrini um carisma novo, isto é, a solicitude pastoral para os migrantes, em vista da construçăo do Reino, e a realizaçăo da comunhăo pentecostal das diversidades, para a unidade da família humana. O dia primeiro de junho de 1905 marcou o fim da peregrinaçăo terrestre de Dom Scalabrini e o seu nascimento ao céu, mas o carisma do Espírito, doado ŕ Igreja através dele, continuava sendo fecundo e, hoje é ainda tăo atual, considerando que as migraçőes assumiram uma dimensăo global e missionária.

Por ocasiăo do 104° aniversário de sua partida, portanto, é lindo e oportuno juntos renovar a estima, a afeiçăo e a devoçăo que nos ligam ao Bem Aventurado Fundador, também com o desejo de logo vę‐lo entre os Santos, com os servos de Deus Pe. José Marchetti, Madre Assunta Marchetti e o venerável Dom Máximo Rinaldi.

Dom Scalabrini fundou em 1887 a Congregaçăo dos Missionários de Săo Carlos, “embaixadores de Cristo junto aos italianos no exterior”, como os definiu Leăo XIII. Em 1895 deu vida ŕquela das Irmăs Missionárias de Săo Carlos Borromeo ‐ Scalabrinianas, nascida na capela do Bispado de Piacenza a fim de completar a obra missionária scalabriniana, desenvolvida em clima de amor, de sacrifício e de oferta no orfanato de Săo Paulo, Brasil. Em 1889 fundou, na Itália, a Sociedade Săo Rafael para garantir a organizaçăo do empenho social do laicato católico na resposta da Igreja ŕs migraçőes. Enfim, em 1961, surgiram as Missionárias Seculares Scalabrinianas, inspirando‐se na sua espiritualidade. Com efeito, os tręs Institutos Religiosos que hoje compőem nossa Família Scalabriniana estăo empenhados, na Igreja e nas estradas do mundo, a imitar “as suas mais elevadas virtudes e primeiramente, aquela que foi a princesa, a caridade”, como afirmou Bento XV.

Pio IX o definiu “Apóstolo do Catecismo” e Pio X viu nele “o bispo sábio, benévolo e forte, que também em duros acontecimentos sempre defendeu amou e fez amar a verdade e nunca a abandonou por ameaças ou lisonjas”. Pio XI, que se compraz, “em testemunhar o espírito năo somente pastoral e episcopal, mas verdadeiramente apostólico e missionário” do “Santo Bispo”, aprovou, com “uma bęnçăo extraordinária e de todo o coraçăo”, a abertura dos processos ordinários diocesanos sobre a fama de santidade e sobre as virtudes heróicas de Dom Scalabrini, em 1936. Pio XII, em seguida, reconheceu nele “o homem apostólico, extraordinariamente benemérito da Igreja e da Pátria”.

Paulo VI recordou a validade do carisma deixado em herança à Igreja, pelo Bem Aventurado Scalabrini, e particularmente à Família Scalabriniana, na audięncia concedida em 8 de maio de 1968 ŕ alguns missionários, declarando: “Nós bem recordamos a figura de Dom Scalabrini. Vocęs săo seus filhos e năo trilham os caminhos periféricos, mas estăo na via mestra da Igreja”.

Joăo Paulo II, dirigindo‐se aos peregrinos vindos a Roma para a beatificaçăo do nosso Fundador, na solene celebraçăo de 9 novembro de 1997, o definiu publicamente “Pai dos Migrantes” e disse que o Bem Aventurado Joăo Batista Scalabrini, “profundamente enamorado de Deus e extraordinariamente devoto da Eucaristia, soube traduzir a contemplaçăo de Deus e do seu mistério em uma intensa açăo apostólica e missionária, fazendo‐se tudo a todos a fim de anunciar o Evangelho”.

Enfim, Bento XVI, ŕ distância de poucas semanas do inicio de seu Pontificado, assim se expressou: “profundamente devoto do Coraçăo de Cristo foi o Bem Aventurado Bispo Joăo Batista Scalabrini, patrono dos migrantes. (…) Recordando este grande Bispo, dirijo meu pensamento ŕqueles que se encontram longe da Pátria e, frequentemente, também da família e desejo que sempre encontrem em seu caminho, pessoas amigas e de coraçăo acolhedor, capazes de apoiá‐los nas dificuldades de cada dia”.

Agora chegou o momento propício de propor a todos, de modo frequente e explícito, a figura de um Bispo Santo que, lutando e sofrendo, serviu a Deus com todo seu ser e, em comunhăo com o Magistério da Igreja, amou o homem com dedicaçăo heróica, conjugando sabiamente evangelizaçăo e promoçăo humana. Ele anunciou o plano de Deus, escondido nas migraçőes, especialmente através da formaçăo, da catequese e da defesa dos direitos humanos.

Sem medir energias traçou a via mestra para “fazer de todos os povos um só povo, de todas as famílias uma única família”. Nas pegadas do Fundador, destaca‐se a figura de Pe. José Marchetti, que se fez vítima de seu próximo por amor a Deus, empenhando‐se, mediante o voto de caridade, “antepondo em tudo o próximo” a si mesmo, até a sua saúde e a sua vida, tornando‐se assim o “Pai dos Órfăos e o Mártir da Caridade”.

Irmanada no sangue e no ardor da caridade, está Madre Assunta Marchetti, iniciada no âmbito da vida familiar ŕ especial vocaçăo de explicitar, defender e apoiar corajosamente, no Instituto das Irmăs Scalabrinianas, o carisma de fundaçăo e de expressá‐lo na coeręncia de vida e na açăo apostólica.

Por último na ordem do tempo mas năo de importância, nomeamos o Venerável Bispo Máximo Rinaldi, que foi “um Pastor, um Mestre e um Pai”.

Portanto, a Família Scalabriniana rende graças a Deus pelo dom da santidade concedido a estes nossos heróis, os quais, ŕ imitaçăo de Săo Paulo, “foram modelados em tudo para obter uma coroa incorruptível; correram, năo como quem năo tem meta; submeteram o corpo ŕestremas fadigas apostólicas ” (cf. 1Cor 9, 25‐27). Logo, também nossa oraçăo em vista do reconhecimento oficial da santidade deles, através da beatificaçăo e canonizaçăo, partilhada também, com os leigos e, em especial com os jovens, deverá ser mais solícita e urgente.

Reavivando a memória destes nossos antecessores, de fato, também nos sentiremos estimulados e atraídos a imitar os admiráveis exemplos. Se esta tem sido a fonte da qual nasceu a nossa Família Religiosa, o nosso estilo de vida apostólica năo pode ser diferente. Além disso, nos nossos Santos a Igreja confirma a sua solicitude para com o fenômeno das migraçőes, que se apresenta também hoje em toda a sua atualidade e dramaticidade. Se em outros tempos eram sobretudo os europeus que emigravam, hoje assistimos a grandes deslocamentos no interior de todos os continentes, mas também a ęxodos intercontinentais que já alcançam cifras impressionantes. O Bem Aventurado Joăo Batista Scalabrini, o Venerável Máximo Rinaldi e os Servos de Deus José e Assunta Marchetti săo, portanto, estímulo e convite para todos assumirem de coraçăo este fenômeno planetário, que exige novas formas de intervençăo e de ajuda. Logo, é importante, produzir e divulgar tudo o que pode contribuir para torná‐los conhecidos e apreciados.

Invocando‐os cotidianamente e com amor filial, quem sabe com a récita individual ou comunitária da oraçăo própria a eles dirigida, certamente obteremos renovado entusiasmo e seremos atendidos nas graças, que, pela sua intercessăo, pediremos. Em tal perspectiva, enfim, sugerimos vivamente que cada comunidade institua pelo menos um especial tríduo de oraçăo anual, por ocasiăo do aniversário do nascimento ao céu, do Bem Aventurado Fundador, com modalidade e tempos considerados mais oportunos, em comunhăo com as respectivas Direçőes Gerais e com os Superiores Maiores da nossa Família Scalabriniana.

Roma, 21 de maio de 2009, festa da Ascensăo

P. Sérgio Olivo Geremia, cs
Ir. Alda Monica Malvessi, mscs
Adélia Firetti, mss

Fonte: www.scalabriniane.org

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